Minha cabeça e meu corpo querem muito mudar drasticamente de hábitos, mas está difícil encontrar o caminho e a força.

Tenho saído numa média muito maior que qualquer ano da última década, e isso tem sido legal. Por mais crises que eu tenha, nunca nego o convite de sair com amigos pra ver como está a vida fora de casa. É difícil conciliar as agendas, mas a gente consegue. Amanhã mesmo iremos novamente pra uma festinha, um baile charme.

O mais engraçado de tudo tem sido a mistura das minhas bolhas, da faculdade, de um trabalho, de outro trabalho… Eu adoro quando meus amigos se conhecem. São diferentes vidas que vivi que se conectam.

Eu odiei minha cara nessa foto, mas foi uma festinha muito legal na Feira de São Cristóvão. Cantamos no karaokê, pulamos e cantamos Bruno Mars gritando e foi isso. E eu fui o único que fiquei sem voz. Alguns detalhes interessantes desse dia eu conto num post privado

Acidentalmente consegui uma noite de cinema com um garoto lindo. Eu 31, ele 21. Esse é um fator que me deixa muito desconfortável — me sinto um invasor, um intruso na vida dele. Eu tenho uma expectativa de vida e ele outra; tem muito a viver. Lógico, isso é fruto da minha cabeça, das lacunas vazias que eu preencho com meus achismos.

Ok, fomos ver The Batman. E ele é um sonho. Não é perfeito, mas é perfeito. Nenhum de meus outros amigos até então heterossexuais iria ao cinema comigo. (Vamos deixar a hipótese de que ele é hetero, porque ele nunca disse ser bi). Esse episódio do cinema foi anacrônico, uma aberração, uma falha na matrix — precisou dar tudo errado pra dar tudo certo. Ninguém podia ir no cinema naquele dia, e aquele dia era o único dia que ele podia ir ao cinema, por causa de coisas da faculdade. Então fomos. Eu fui sem acreditar que um homem hipoteticamente hetero estava indo ao cinema comigo.

A vida que vivi não me apresentou este tipo de gentileza, vinda de homens, que não ligam pro que vão dizer quando alguém souber que você foi ao cinema sozinho com um viado. Então isso me colocou numa situação de vulnerabilidade emocional — algo que já é quase natural pra mim.

Eu sempre achei ele atraente, eu já até desenhei ele em uma das páginas do meu diário de 2019. Mas nunca senti falta, nunca tive um afeto profundo, sempre estabeleci uma distância convencional entre nós, como faço com qualquer amigo ou colega hetero. No começo eu tinha medo da timidez dele, eu lia como um espaço de segurança que ele estabelecia pra simplesmente manter a distância.

Até que, de repente, nossa amiga cria um grupo de reencontro da turma do curso. E desse grupo surgiu esse vínculo. Desde o cinema eu tenho enfiado a cara no travesseiro pra ver o que fazer com a maldita saudade. Passei três anos sem fazer questão do paradeiro dele, e agora me aprisionei nessa ilusão.

Ontem à noite eu fiz uma piada envolvendo evangélicos que fez uma moça sair do grupo (a moça nunca falou nada no grupo, era a única que eu não conhecia). Eu fiquei sem reação, tentei levar para o lado cômico, mas foi um desastre. Me senti mais uma vez impostor, invadindo um espaço de jovens com meu humor questionável, embora, para mim, completamente justificável (em relação à aversão aos evangélicos/pentecostais). Então fiquei meio desnorteado e saí do grupo.

Como estou numa situação de deadline da vida (32 morando com os pais), minha cabeça fica a mil com qualquer merda que eu faço. Tenho recebido muitos nãos, de entrevistas de emprego, de maneira geral, a vida tem sequenciado uma quantidade consiederável de sinais negativos para mim. Enfim, sou uma pessoa emocionalmente instável/sensível.

Além da Isa, ele foi o único do grupo que me abordou, mandou mensagens de voz e “coercitivamente” me conduziu de volta do grupo, dizendo “filipe, simplesmente não saia do grupo, por favor”. Minha cabeça fodida entrou em outro pinel. Eu fiquei com vontade de responder a mensagem, mas eu tenho um lado consciente, um lado racional que me silencia; “Calma, eu sei que você não está acostumado com isso, mas ele é só um rapaz gentil”.

E é isso. Estou nessa encruzilhada. Ser gay é muito chato. Se fôssemos homem e mulher, eu poderia simplesmente chegar e dizer tudo que eu queria: que ele é um anjo, e outras coisas mais.

Mas eu sou uma pessoa chata, meio negativa. Tenho uma matemática imbecil pra calcular e prever as merdas da vida. Como, por exemplo, o tanto que eu fui rejeitado pelo tipo X de homem. Isso me faz mergulhar nesse cálculo de controle de danos, o que me afasta das pessoas, e das oportunidades de dar passos à frente.

Escrevi mais do que queria, mas acho que precisei ler minhas próprias palavras pra, talvez, processar melhor a situação. Gente, ele é lindo. Eu me sinto muito culpado, triste, desmotivado e deslocado por causa da diferença da idade, e de como ele é uma fonte de luz, e eu uma fonte de trevas.

Sei que, para meus amigos, família e para quem me conhece, eu também sou fonte de luz; mas vocês sabem, a gente se conhece, a gente sabe quem nós somos. E ontem foi um dia muito ruim em diversos aspectos, tive que enfrentar a pior parte da minha humanidade, e o dia acabou assim.

Isso que dá se isolar. Não se isolem. Quando eu era mais jovem eu descartava pessoas com muita facilidade. Amigos vacilões, eu descartava, nunca compreendia. A gente não consegue viver isolado. Hoje, uma pessoa sozinha, de poucos amigos, fico desse jeito — confundindo gentileza com outras coisas.

Mas é tentador. Ele me salva. De tudo que eu estou passando de ruim, ele me salva. Parece que ele cria uma brecha e me puxa pra algo bom, é bizarro. Ainda não sei se é paixão ou amor.

Atualização: hoje pela manhã enviei uma mensagem pra ele, falando sobre diversas coisas. Nada muito direto, mas com muita sinceridade. Ele recebeu bem, e respondeu de maneira genérica, bem “masculina” e desajeitada, tal qual o André fez comigo em 2010, quando enviei um e-mail também fatídico. Foi uma relação de parceria, não de afeto. E assim ficou. Pelo menos me acalmou um pouco mais, removendo parte do mistério, me ajudando a aceitar e entender que eu estaria realmente equivocado, achando que ele teria algum interesse especial em mim.

Começando do começo: eu conheci uma pessoa, me apeguei, afeiçoei e apaixonei. Então, como a pessoa não banca o meu sim, eu mandei ela embora. Sabe, daquele tipo de pessoa que troveja e não chove? Que fica amaciando a gente toda a vida, e quando chegamos num ultimato, a pessoa finge demência, que nada está acontecendo, que é normal conversar todo dia e ser exageradamente gentil e cuidadora? É essa a pessoa.

Então, eu não exatamente perdi, eu me fiz perder este vínculo. No fato, eu realmente mandei embora. Disse: “não fale mais comigo”.

E perder, bem, perder é complicado. Ainda mais quando você precisa perder. Quando envolve mais de um indivíduo, você não pode criar uma situação, você precisa respeitar as situações alheias. E a situação dele era: não é isso que você está pensando.

Então eu fico observando, de longe, como ele está. Pro meu azar, ele é fechado. Fica tudo com ele, não compartilha, não expressa. E no que ele decide abrir, é pior pra mim: ele se abre só sobre as coisas que eu odeio nele.

Aí hoje eu fiz o certo: em agonia, comecei a rabiscar o caderninho, e as palavras foram saindo.

“(…) Agora eu sei porque eu sinto esse ódio. É porque estou te perdendo. Não estou podendo te abordar e te dizer qualquer coisa. Dizer que você está equivocado, que está errado, discutir com você, te mostrar como você está sendo um babaca. E eu tô com esse ódio porque isso é bom pra você. Não me ter mais por perto é bom pra você, é melhor, mais leve. É sabido que eu sou uma carga pesada, e negativa. No fundo, talvez o ódio que eu pense ser de você, seja de mim mesmo. Ódio de não conseguir me fazer entender. De não conseguir te mostrar onde dói em mim, sem que eu te machuque também”.

Bem, caindo pra conclusões negativas e realistas, caí fundo nessa. Não cheguei em nenhuma conclusão. Quando terminei esse manuscrito, vim aqui sintetizar e organizar. Até porque minha letra é horrível. No fim, fico com essa música aqui, uma das últimas do disco que me acompanhou durante o parto desse texto. Disparado, um dos mais tristes do ano. Nada difícil, dado que não escrevi quase nada. Mas vou seguindo e tentando me expressar mais.

Eu posso ser mais um desgraçado, explorado e mal pago, melhorar um pouquinho, mas a volta por cima, já passou do tempo. Não tenho mais juventude pra isso.

Ao redor, minha família, mais especificamente a que mora comigo, me trata como um “ex” membro da família. Alguém quitado, datado. O parecer deles é que eu me distanciei, mas é tão o contrário disso.

Será que sabem que tenho algo a dizer, que tenho um site, onde escrevo, desabafo e me exponho?

Anos atrás fiquei sabendo que “sou difícil de agradar”. As pessoas me leem dessa maneira, logo se distanciam ou se abstém de manifestar ou debater qualquer coisa comigo, qualquer coisa. Assim passei a valorizar as conversas com o resto da família, mas eles continuam “bloqueados”. Parece que pessoas mais bem-sucedidas e viajadas são mais interessantes de serem ouvidas.

Ninguém na minha família acredita que eu tenha algo interessante para ensinar, para compartilhar. E também ninguém acredita que eu seja capaz de aprender. É frustrante, e eu entendo todo esse cenário como uma infeliz coincidência. Eu estive em todos os lugares errados, em todas as horas erradas.

Esse sábado Lola veio aqui em casa, brincamos um pouquinho de MSN Live In Concert também, e depois Lucas chegou, ficou até as 5h e foi embora. Depois eu e Lola assistimos For The Record. Ela foi embora, ficamos teclando no MSN e postando na comunidade da Ivete à espera da rádio Litoral transmitir o show da Ivete em Guarapari! Mas eles transmitiram foi o áudio do Enchanté, a galera da comunidade ficou puta! A única coisa que aproveitamos foi o áudio da musica “Xoxó Taí!”.

Fotos Recentes

Atacamos um tópico, parece que ainda não foi apagado. Ah, também dei uma fuçadinha no orkut do Léo, comentei em algumas fotos, etc… Consegui recuperar a senha de alguns gmails antigos e tal. Visitei um orkut de um tal de Victor, também, queria o telefone o cachorrinho dele… Brincadeira, só tava olhando! É isso! Ah, vou postar fotos do fim da noite de ontem!

Depois pegamos uma carona com tia Miriam até Serra Dourada, passamos na casa do Vitinho e assistimos mais dois episódios de Gossip Girl (na casa da Lola), com pipoca e refrigerante. Eu tinha marcado amanhã aqui em casa de novo, mas meus pais só vão viajar de madrugada, então amanhã o dia vai ser só dele (isso se ele vier) ^^ Então quinta feira nós bagunçaremos aqui!

Bem, só vim postar o que aconteceu hoje mesmo! Espero que amanhã dê tudo certo! Mal posso esperar! *-*

Entendeu? Nem queira!